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Como eu Aprendi Inglês - Crash Bandicoot

Atualizado: 1 de jun. de 2020

Aos dez anos eu inesperadamente ganhei meu primeiro vídeo game. Me lembro como se fosse ontem, na entrada de uma loja de jogos, pedi para meu pai comprar a trilogia do Crash Bandicoot (meu jogo favorito na época) para que quando eu tivesse um Playstation, eu já tivesse o jogo. Meu pai concordou, mas eu não saí da loja somente com o CD, mas também com o console! Um dos dias mais felizes de minha vida, que marcou o início de uma longa jornada de aprendizado.

Crash Bandicoot II – Cortex Strikes Back era um jogo relativamente simples (mas não tão fácil) que não exigia a compreensão da história para a sua progressão. Simplesmente ir para frente resolvia o problema, tudo importante estava no meio do caminho. A história, porém, estava lá! E o carisma dos personagens e dos atores me envolveu ao ponto de querer saber o que acontecia. Aos pouquinhos ela se revelava para mim e as poucas frases que compreendia, eu repetia em uma brincadeira (um pouco irritante) que inconscientemente me fazia aprender. Ao tentar repetir os diálogos eu, pouco a pouco, analisava mais profundamente as palavras e me deparava com coisas que já havia visto. Outras, pelo contexto do jogo, eu aprendia o significado.

O jogo é composto de 5 ambientes contendo 5 fases e uma batalha com o chefe. Em cada uma das fases há um cristal rosa e uma gema cinza e algumas fases possuem mais gemas cinza ou mesmo de cores diferentes.

As palavras “STRIKES BACK” na resolução do Playstation original em minha televisão de tubo não eram tão claras assim e na minha ânsia de compreender esse subtítulo, especulava que o “S” era na verdade um “5” que identificava os ambientes do jogo. Eventualmente, em outra mídia, me deparei com a expressão “strike back” como “retaliação” ou um segundo ataque e ficou claro o significado de Cortex strikes back sendo Cortex o vilão da história.

Também a expressão muito usada nos diálogos “power crystal” me ajudou a compreender ainda outro elemento do inglês. Crystal é uma palavra fácil de ser traduzida, mesmo por um iniciante. Power é uma palavra muito comum que significa “poder”. Mas “power crystal” se referia ao próprio cristal e não a algum poder que ele possuísse. Claramente “power” era uma característica de “crystal”. Eu não havia feito esse raciocínio ao ponto de conseguir explicar para alguém, mas o conceito ficou bem claro em minha mente: a característica vinha na frente do objeto.

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